O Guia Alimentar para a População Brasileira traz, dentre outras recomendações que a população deve adotar como base para sua alimentação, os alimentos. Apesar de parecer redundante e soar estranho, é exatamente o que quer dizer: a população deve priorizar ou voltar a priorizar os alimentos, e não os derivados de alimentos, na mesa e no prato. Os alimentos in natura, ou que passam por processamentos mínimos, devem ser a base para uma alimentação saudável e equilibrada. Exemplos: todos os alimentos obtidos diretamente de vegetais ou animais sem passar por nenhuma alteração: grãos, tubérculos, raízes, legumes, verduras, ovos, frutas, carnes, peixe; os alimentos minimamente processados: legumes congelados, farináceos, carnes resfriadas ou congeladas, leites e derivados sem adição de açúcares, dentre outros.
O Guia ainda indica quais alimentos precisam ser reduzidos ou evitados no consumo da população, por exemplo, os alimentos prontos para consumo processados, que apesar de terem como base alimentos in natura, são acrescidos de sal e/ou açúcar, e até mesmo óleo, para melhorar o sabor e durabilidade, como as conservas de legumes (milho em conserva, ervilha em conserva, picles, dentre outros), sardinha em conserva com sal e óleo, compotas de frutas e de frutas cristalizadas, carnes secas e defumadas, dentre outros, que podem até estarem presentes na alimentação, porém em menor quantidade e junto com alimentos in natura.
Os alimentos que realmente devem ser evitados são os produtos prontos para consumo ultraprocessados, que são os produtos industrializados produzidos através de formulações que muitas vezes contêm pouco ou nenhum alimento em sua composição, são acrescidos de sal, gorduras, açúcar em quantidades muito elevadas, além de uma série de aditivos químicos muitos prejudiciais à saúde. Dentre estes produtos, podem ser citados: os refrigerantes, sucos de caixa, salgadinhos, biscoitos recheados, hambúrgueres, misturas para bolo, sucos e sopas em pó, alimentos congelados prontos para aquecimento (lasanha, pizzas), macarrão e temperos instantâneos e prontos, salsicha, presunto e outros embutidos, além de um leque variado de produtos que são extremamente palatáveis, mas igualmente prejudiciais à saúde.
“Os alimentos que realmente devem ser evitados são os produtos prontos para consumo ultraprocessados. São produtos industrializados, acrescidos de sal, gorduras, açúcar, além de uma série de aditivos químicos muitos prejudiciais à saúde”.
Estamos correndo o risco de estarmos consumindo carnes alteradas química ou geneticamente (sobretudo, as que consumimos nos restaurantes)? Esse consumo necessariamente pode nos proporcionar algum mal?
As carnes transgênicas, ou geneticamente modificadas, ou que passam por processos de maturação e crescimento rápidos, na presença de muitos antibióticos e outras drogas, estão cada vez mais presentes na alimentação da população brasileira. A maioria dos alimentos ainda apresenta um símbolo de alimentos transgênicos, de maneira informativa, permitindo a escolha do consumidor entre este e um alimento não transgênico. Porém, as carnes bovinas, cuja produção já inclui modificações genéticas que tornam o gado mais resistente, com maior facilidade de desenvolvimento muscular ou, por exemplo, o frango criado em confinamentos e alimentado com rações e drogas como antibióticos que o façam crescer em tempo recorde (ultrapassando, inclusive, o tamanho de abate do frango criado sem estas tecnologias), não remetem a uma escolha, uma opção.
Ainda são necessários, na realidade, muitos estudos envolvendo os organismos geneticamente modificados. Algumas pesquisas apontam a inocuidade desses alimentos, indicando que seu consumo é saudável e benéfico à população, além de ser positivo também para o desenvolvimento das economias mundiais. O que se sabe, porém, através de outros estudos, é que o consumo destes alimentos pode trazer sérios riscos à saúde, como surgimento de patógenos alimentares resistentes a antibióticos, possíveis alterações nutricionais, além de poder favorecer a produção de substâncias e/ou metabólitos com potencial de alergenicidade e toxicidade ao organismo humano, dentre outros riscos.
Ainda é preciso cautela e informação séria e válida para a população, através de pesquisas, para que haja um consenso com relação ao consumo desses alimentos.
Fonte: Ibahia